Assine esse Blog

segunda-feira, 25 de junho de 2007

PONTO G

PONTO G - A ÉTICA

Os meios eletrônicos de comunicação de massa devem servir a sistemas racionais para o desenvolvimento social e econômico. A uma sociedade não interessa o nivelamento por baixo da programação de seus meios de comunicação. Uma empresa que detém permissão (espectro) para difusão audiovisual é responsável pelo padrão de sua programação, pela consequente interpretação dos eventos sociais e pela avaliação da importância dos mesmos.

A responsabilidade pelas informações veiculadas por uma empresa de comunicação deve ser imputada aos seus controladores, quando vemos linchamentos morais, seja de pessoas, organizações ou governos, fruto de posicionamentos arbitrários, sem a possibilidade de uma contrapartida no direito à resposta e quando a outra parte sai prejudicada por um bombardeio de uma mídia dominada por uma elite egoísta e utilitarista, é sinal de que algo precisa mudar.

Vemos na mídia brasileira várias pessoas e/ou grupos oriundos da classe alta, se auto-intitularem portadoras da voz das multidões, que vivem escondidas pelos mesmos veículos de comunicação que bancam essa inversão de valores. Não é possível que isso continue, gerando distorções aterradoras e violências estruturais e conjunturais.

Está na hora de dar voz ao povo, submetido desde o início da colonização brasileira à tutela de um sentimento altruísta por parte de algum poderoso midiático, que se utiliza de uma concessão pública e não dá voz ao público. A tv pública que está sendo criada, deve utilizar os meios digitais para a construção de um verdadeiro espaço público e delimitar seu campo de atuação em consonância com premissas de inclusão cidadã, impulsionando a democracia.

Não se pode conceder a algumas organizações, associações ou entidades, o poder de definição do que vai ou não vai ser transmitido, a verdadeira forma de construção da tv pública, é a capacitação do máximo possível de cidadãos, não só em técnica mas em formação de conteúdo também, ofertando-lhes a possibilidade de utilização de centrais públicas de audiovisual, para transmissão de suas criações, seus depoimentos, suas tradições, enfim, seus olhares em torno de seu meio-ambiente e sua cultura, oxigenando a vida social e econômica, gerando um ciclo virtuoso em torno de canais comunicantes e uma pulsação onde a vida em comunidade evolue a partir da inteligência coletiva.

Erik Oliveira
Cineasta

Nenhum comentário:

Fotos

Fotos
Apenas uma noite que começa na Lapa - Rio de Janeiro